Mais um texto delicioso e inspirador que a terapeuta holística (e minha amiga!) Rosangela Travençolo divide com a gente. Para quem não leu o primeiro, aqui. Gratidão, Rô!
Muitas mães e muitos pais me dizem em consultório ou em conversas que querem o melhor pros seus filhos; que não querem que os filhos cometam os erros que eles próprios cometeram no passado; que aprendam pelo amor e não pela dor.
Eu fiquei pensando na minha filha. Quando adotei minha filha me sentia na obrigação de que ela “desse certo” e, depois de três anos, engravidei e tive um filho natural com o qual não tinha esta sensação. Na verdade, eu não pedi pra ele vir, ele veio simplesmente, este era o meu pensamento. Já ela, eu fui buscar, fui atrás. Daí, a minha obrigação de fazer o melhor.
Nunca percebi o quão equivocada eu estava e, por agir deste modo, eu a pressionei muito mais, o que deu a ela a falsa impressão de que eu gostava menos dela e protegia mais o irmão. Mas, nunca foi verdade. O amor que nutro por ambos é o mesmo, mas quero ser uma mãe melhor pra ela, muito mais que pra ele. Pra ele eu sou uma mãe relaxada e pra ela sou uma mãe tensa. E o maior erro que vejo nos pais é querer conduzir a vida dos seus filhos pra que eles não errem, mas se são os erros, estas experiências que nos permitem crescer!? – na verdade o que são erros?
Thomas Edison disse que não existiram erros antes da descoberta da eletricidade. Existiram tentativas de acerto. Se pensarmos desta forma, os seus filhos, os nossos filhos jamais poderão errar, uma vez que erros não existem. Eles simplesmente estão tentando viver a vida deles, tentando se descobrir, tentando escolher o que desejam de si e para si mesmos, tentando se experimentar. E de cima do nosso amor, tentamos, desesperadamente, impedir esta experiência, fazendo de tudo para conduzir e não orientar nossos filhos, muitas vezes, desrespeitando o desejo do coração deles.
No final das contas, tudo o que mais queremos é que nossos filhos sejam felizes. E, quem somos nós para sabermos o que os farão felizes? Que tal se relaxássemos e só ficássemos por perto dando suporte, mas sem tolher a liberdade de crescer dos nossos filhos?
Rosangela Travençolo é terapeuta holística, praticante de Barras e Processos Corporais de Access e professora de Letras, por formação e vocação. Paulistana, mora em Santo André e se diz uma adolescente no desejo de viver, apesar da idade cronológica de 52 anos. Divide seu tempo entre o ensino da língua inglesa e a terapia quântica, suas duas paixões, com outras duas, maiores: seus filhos, Lucca e Victoria. Consultas no Brasil e exterior: holos.terapia@hotmail.com