Feriado de Páscoa, hoje está um dia meio estranho: nublado, friozinho, acho que vai chover. Mas, ontem, Sexta-feira Santa, fez um dia perfeito de primavera por aqui, em Toronto. Ensolarado, sem uma nuvem no céu, calorzinho ameno, uma brisa fresca, lindo, maravilhoso.
Depois de ter compilado uma bela lista sobre o que fazer neste feriadão, para o blog da Associação de Turismo de Toronto, resolvi testar algumas delas, começando pelos brunch. Com uma família tico como a nossa (eu, meu marido, a Alicia e dois gatos – o Tony e a Vicky) e com uma filha enjoada para comer como a minha, nem dá muita vontade cozinhar. Resolvi testar um brunch, nosso primeiro, e ver como a Alicia reage com tanta variedade. Impossível não comer nada, certo? Certo?!
Acordamos cedo, nos enfeitamos todos e partimos rumo ao Old Mill Toronto, um hotel hiper charmoso na tão charmosa quanto vizinhança conhecida como Etobicoke (pronuncia-se “Etobicô”), à sudoeste da cidade, uma das mais antigas de Toronto.
Eu tenho muita simpatia por este hotel, talvez porque goste de saber da história por trás dos lugares ou por ele estar situado nesta região tão distinta da cidade, que nos faz esquecer de que estamos à meia hora da confusão do centro de Toronto.
O Old Mill Toronto está incrustado numa arborizada e tranquila área residencial, com mansões magníficas em estilo Tudor de arquitetura, tendo o rio Humber River correndo aos seus pés, do outro lado da rua, e cercado por grande parque com trilhas para caminhada, pistas para ciclismo, espaço para fazer nada. E o acesso a ele é ridículo de fácil: de carro, a minutos da Bloor Street ou de metrô, a passos do hotel. Nome da estação? Old Mill.
O nome Old Mill (ou moinho antigo) é porque parte de suas instalações existem desde o século 18, quando Toronto ainda nem era Toronto e quando os índios Huron ou Hurões, habitavam esta área, conhecida como Humber Valley, ou vale do rio Humber.
Começou como uma serraria (“saw mill“, em inglês), uma das primeiras do que seria Toronto. Foi destruída por incêndios e reconstruída três vezes. Durante a I Guerra Mundial, deu lugar a uma casa de chá e acabou virando uma espécie de centro comunitário onde as pessoas se reuniam para saber das novidades da guerra.
De lá para cá, foi aumentando de tamanho e agregando serviços: salão de danças, restaurante, hotel, spa. Com a adição de uma capela, também passou a realizar casamentos. Hoje, o lugar é enorme. A Alicia achou que era um castelo e ficou procurando a “princesa” o tempo todo, chispando nos corredores feito a dona do lugar. Até tour nos deu!
Mas vamos ao que interessa? A comida é boa? Dá para levar crianças? E o preço?
Sobre a comida: eu já havia almoçado por lá, a la carte, há um tempo atrás. Ainda me lembro de uma salada de tomates orgânicos que comi, uma das melhores que já experimentei, até hoje. Desta vez, o brunch foi em estilo buffet, fabulosamente bem servido, com muita variedade: estações de frutos do mar, saladas, frutas, frios, pães, doces. Até torre de foundue de chocolate tinha. Tudo por CAD$32,95 por adulto, mais imposto e gorjeta.
Amei as frutas, bem fresquinhas, saborosas e variadas: mamão papaya, melancia, manga, melão, maçã, uva, laranja. Também gostei dos pães e dos queijos.
Comecei a me desapontar quando passei para os salgados: aquela salada caprese que falei? Ficou mesmo nos sonhos; a de hoje não vai fazer história. Sabe aquela coisa: fulana é pobre, mas limpinha? Então, assim.
Passando para os pratos quentes, o sonho começou a virar pesadelo: não gostei de absolutamente nada. Nem do spanish rice (arroz espanhol), um pouco doce para o meu paladar, nem do frango com cogumelos (pareceu mal cozido) e muito menos da carne assada, insossa. Uma pena.
Meu marido, que ama carne assada, também não conseguiu comer, e olha que, para ele enjeitar comida, o negócio tem que estar ruim mesmo.
No quesito sobremesas, achei tudo doce demais, mas daí pode ser somente percepção minha, porque estou diminuindo o consumo de açúcar, o paladar muda. Experimentei o cheesecake e um bolo lindo de chocolate com cobertura cremosa de framboesa. Gostei dos dois. Não amei, gostei. Ninguém da família deu aqueeeeeela aprovada nos doces mas, de novo, não somos formiguinhas para açúcar. Nosso negócio é pão! 🙂
Em relação ao ambiente e staff, tudo fantástico. Elegante, imaculadamente limpo, com garçons atenciosos e amigáveis com crianças. Não diria que é um lugar para se levar carrinho de bebê, porque tem escadas para todo lugar. O banheiro principal fica no segundo andar e não tem trocador de fraldas, mas há um banheiro social na recepção com uma boa bancada de mármore que quebra bem o galho.
Em resumo, eu diria que foi um dia maravilhoso e que valeu a pena termos ido até lá. Vou voltar, em breve, dar uma segunda chance para o buffet e para checar o Babies at Lunch deles, um almoço que acontece na primeira quinta-feira do mês, somente para mamães com crianças pequenas, onde “choro de bebê é totalmente permitido”, como eles anunciam no site.
Neste dia, eles disponibilizam um lugar “VIP” para guardar carrinhos de bebês; também aquecedores de mamadeira, cadeirões e assentos auxiliares (hoje, só tinha cadeirão), livrinhos e giz de cera, para colorir. Crianças de até cinco anos comem de graça (CAD $11 para os pequenos entre 6 a 11 anos); mamães pagam CAD$ 28, incluindo taxas e gorjeta. Café e chá por conta da casa.
Estou curiosa para saber como é este almoço que, aparentemente, tem lista de espera, de tão popular que é (eu estou na lista para o de maio).
E a Alicia, comeu? Acho que este brunch não valeu muito como teste. A família toda se empanturrou de frutas e pães. Vamos ver amanhã como vai ser. Vamos para outro brunch, no Globe Bistro. Conto tudo, depois!
Como o Old Mill Toronto se saiu no Guia das Mamás?
Avaliação Ponto a Ponto
Fotos e vídeos: Alessandra Cayley