Desabafo, Primeira vez, Virei mãe

Saudade do meu bebê

As calças dela, de recém-nascida até agora…me lembro da Alicia usando cada uma delas, como se fosse hoje. Cada calça, uma história, que eu nunca vou esquecer..minha Maria-Comprida!

Hoje chorei de saudade. Não sei se pela gripe forte que me pegou, neste final de semana, e me deixou boba, vulnerável. Ou por ter descido, o que também me deixou borocoxô. Ou simplesmente por ter visto o tamanho da perna das calças da Alicia. É isso, minha filha está crescendo e isso acabou com meu dia.

Parece bobo, mas quem é mãe, sabe. Sorry, eu também detestava quando me diziam isso. O fatídico “quando você for mãe você entende”, mas a questão é que é verdade, pessoal: tem coisas que a gente realmente só entende quando “vira mãe”, não tem jeito.

Mesmo com um gripe danada, saí com ela no domingo para comprar umas roupinhas, porque as delas estão todas pequenas, curtas, apertadas. Parece que, de um mês para cá, a menina deu uma esticada. Nada mais serve. Ficam as canelas e o barrigão de fora!

Chegando na GAP, fomos direto para o fundo da loja, como de costume, mas esquece: ali, só roupa para bebês. Ela pegava os vestidinhos, me mostrava e eu: “Não serve, filha, você cresceu” ou “Muito pequeno, Alicia”. Tadinha, fiquei com dó.

Partimos para a seção do meio, para roupas de toddlers (a fase depois de bebê, acho que, em português, seria criança, por falta de outra palavra). E, vamos admitir: nesta fase, as roupinhas já não são tão fofas quanto as de bebezinhos, não é?

Pegamos uma camiseta, a Alicia escolheu uma saia amarelo-fluorescente que ela A-MOU e quando fomos pegar umas calças, parei, atonita: a tamanho 3 anos era, visivelmente, pequena, mas a tamanho 4, muito grande (a Alicia está com 3 anos e três meses). Não pode ser, a GAP tem uma modelagem grande. Mas trouxe mesmo assim. Que encolha na máquina de secar.

Hoje de manhã, arrumando o quarto dela, fui medir uma legging nova com outra que ela já tem e que ainda está servindo bem. E não é que são do mesmo tamanho…? Na etiqueta: para crianças entre “100-105 cm”. A Alicia já passou de um metro, quase dois quartos de  mim (tenho 1,67 m de altura).

Eu sei, eu a vejo crescendo a cada dia, seja no tamanho, nas atitudes, no jeito de conversar, de andar, de se expressar, mas ainda tem muita coisa de bebê, também. E são nessas coisas que eu me agarro…nas bochechas gordinhas, no barrigão (adoro!), na voz fininha, na risada tão infantil, tão ingênua. Na mamadeira, toda manhã, e na chupeta…como chupa gostoso esse pedaço de borracha, para dormir, como ainda precisa dela…

E é nesse mix, de meio bebê, meio criança, que fico eu, perdida nas minhas lembranças,  com a minha saudade do primeiro dia de vida, do primeiro mês, do primeiro ano, dos dois anos, dos três, do mês passado, do ontem.  Porque parece que passou tão depressa que eu não tive tempo de curtir como precisava, quanto queria. E daí eu choro, porque eu sei que o crescer é inevitável e preciso. Sim, outras fases maravilhosas virão, mas eu sinto falta do meu bebê.

Toda noite, quando a coloco na cama para dormir (deito com ela e fico até ela cair no sono, demore o tempo que demorar), fico olhando-a e me perco em pensamentos: “Mais um dia se passou. Amanhã, ela não será mais a mesma. Como irá acordar?”

Me ver escrevendo isto parece surreal. Eu, que nunca quis ser mãe, que sempre fui tão consciente dos meus atos, e ainda sou. Sabia que eu iria passar por momentos assim, por isso escolhi ser a mãe mais presente que pude ser. A curti muito, mas mesmo assim, não parece que foi suficiente.

Será que o suficiente, neste caso, existe?

 

 

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