Tô empolgada, tô empolgada! Rsrs, não, não fui em outro festival de cerveja (afff, já pensou?). Deve ser o fiozinho de adrenalina que ainda está circulando dentro de mim, da minha aventura de hoje: fui malhar!
Muitos devem estar dizendo: “Nossa! E isso lá é aventura?” Pois para mim, depois que “virei mãe” é, sim senhor.
Como eu comentei lá no Instagram, quem me conhece sabe que eu sempre fui rata de academia. Também sabe que eu nunca consegui ter barriga de tanquinho, mas tinha umas pernas…!
Brincadeiras à parte, eu dispendia um tempo enorme malhando e, para ajudar, casei com um fanático por musculação. Íamos para a academia juntos e ficávamos umas boas horas por lá, pegando pesado.
Uma queda onde eu bati o cóccix num degrau de cimento, coisa de dez anos atrás, me fez diminuir o ritmo, mas eu nunca parei por completo.
Porém, quando engravidei, fiquei com receio de malhar, forçar e perder o bebê. Eu sei, doideira, mas eu já havia sofrido um aborto espontâneo meses antes (depois eu conto melhor como foi), já perto dos 40, estava morrendo de medo, não queria arriscar.
Quando a Alicia nasceu, daí é que eu parei para valer. Simplesmente, não tinha tempo, cabeça, energia, disposição. Ter feito cesárea também não ajudou a situação. A primeira vez que eu tentei fazer uns abdominais, depois de três meses da cirurgia, e o negócio repuxou, doendo, eu parei e enterrei essa história de malhar, eu, hein?
Durante minha licença-maternidade que, por aqui, dura um ano, eu até fiz aulas Mommy and Baby onde as mães vão com os filhos pequenos e até os usam como pesinho! É muito legal (que saudade deu agora!), a gente sua, viu? Mas foram só algumas semanas. Também pensei em me inscrever em academias com espaço para as crianças ficarem enquanto você malha, mas e a coragem de deixar a Alicia com estranhos, tão pequenininha? Nâ na ni na não.
Nestes últimos quatro anos meu peso tem tido mais altos e baixos do que a variação do dólar: 59 quilos é meu peso ideal. Antes de engravidar pela primeira vez, em outubro de 2012, estava com 54; passei para 67 durante a gestação da Alicia, em 2013; voltei aos 54 depois de um ano e meio e tenho me mantido na casa dos 60 desde o verão passado, mas vendo os dígitos na balança subirem: hoje, ela acusa 65 quilos. Cúmulo da ironia, para quem sempre foi motivo de bullying por ser magra demais.
Mas e a coragem de começar um regime? E o tempo para malhar, como colocar na agenda, meu pai?! De onde viria o pontapé que estava faltando, nesse traseiro fofo (mas um pouco caidinho, admito)? Pois ele chegou em forma de um corte de cabelo…mas esta estória também fica para outro post, porque é longa!
O fato é que hoje eu decidi: iria para a academia mesmo que chovesse canivetes! Para isso, tive que me planejar: acordei mais cedo, cheguei mais cedo no trabalho, também saí mais cedo; deixei janta pronta e o marido foi buscar a filha na escola.
Cheguei na academia e não sabia por onde começar. Respirei fundo e fui aquecer. De lá, pulei para o eliptíco, que eu adoro. A única coisa que faltou foi minha trilha sonora (aquela de 2003, lembram?). Por alguma razão, não está mais no meu celular, mas eu vou resolver isto no final de semana, pode deixar!
Abri o Spotify e não é que acho a Heaven, da DJ Sammy, num dos playlists! Gente, morri! É uma das minhas preferidas! Daí, foi só alegria. Eu acho que deve ser muito divertido me ver no elíptico, porque eu dou um show: entro na música e não estou nem aí para quem está do lado.
Me exercito no ritmo da música, em forma de circuito: pedalo feito doida, aí paro, aí mudo a inclinação para ficar beeeeeeem difícil e quase boto os bofes para fora, aí volto para o plano e corro feito doida de novo, aí vou na caminhadinha mansa, vendo a banda passar. Corro na ponta dos pés, pondo ênfase nos glúteos, dou uma dançadinha, me esbaldo. É meu momento, dá licença?
Cardíaco ativado, foi hora de encarar as máquinas: outro circuito, fiz tudo o que lembrava: bíceps, tríceps, costas, peito, coxa, antecoxa, panturrilha e uma boa série de abdominais. Fechei a noite com relaxamento ao som de Purple Rain, que me traz tantas recordações de quando malhava numa academia lá na minha querida Santo André…
Acho que ninguém entendeu o motivo do meu sorriso de orelha a orelha quando saí da academia, mas eu sabia: foi um sorriso de vitória, de ter vencido o medo de começar e não conseguir voltar. Vencido os tantos empecilhos que a gente coloca para não começar a se cuidar. O reconhecimento de que está tudo bem eu reservar um tempo para mim, para a Alessandra: a filha vai ficar bem, o marido vai ficar bem, os gatos vão ficar bem, as contas podem esperar, a louça pode esperar, a roupas para lavar e as mídias sociais, também (aliás, estou lavando roupa agora, quase meia-noite!).
Quando vou voltar, novamente? Sexta-feira. Quartas e sextas serão meus dias para malhar, colocados na agenda como qualquer outro compromisso: escrever, pagar conta, ir no banco, aula de português da Alicia, oficina, blog, outro blog, academia.
Se vou ficar todo este tempo que fiquei hoje (uma hora)? Não sei, acredito que não mas, com a constância virá a otimização da prática. O importante é fixar a nova rotina, saber que dá. O importante é acreditar que dá.
Este post, que já está gigantesco, é para as mamães que estão na mesma situação que eu: atoladas em trabalho, rotina de casa, filhos, marido, gato, papagaio, e que não veem luz no fim do túnel. Mas há, sim, talvez uma luzinha bem fraquinha, mas há. Talvez o que seja preciso é apenas uma nova forma de encarar exercícios em sua rotina: ao invés de três, quatro horas na academia, como eu fazia, serão apenas 20 minutos. Talvez, nem academia, será. Talvez, o que vai caber no dia é uma volta no quarteirão, subir e descer escada por meia hora. Deitar no chão da cozinha e fazer umas pranchas por alguns minutos.
Faça o que der, mas faça. Abra uma brechinha, mesmo que tímida, no seu dia a dia, para que a possibilidade nasça e comece a esticar os bracinhos e ir alargando, alargando a brechinha, até que se torne…uma hora inteira, já pensou?
Este post também é para agradecer a duas pessoas que me serviram de inspiração: minha amiga Kelly, que está maravilhosa, saradésima, mesmo depois de dois filhos e com um rotina ensandecida. Obrigada, amiga, pelas fotos que matam a gente de inveja nas mídias sociais, e as dicas e vídeos que compartilha comigo, pelo Whatsapp. E a minha querida Laila Abreu, minha esteticista, nutricionista, psicóloga, que me ouve, sem julgamentos e com paciência de padre em confessionário! Obrigada por me convidar a conhecer seus tratamentos e a me guiar para uma reeducação alimentar e de vida.
Gratidão para essas duas mulheres maravilhosas.
Próximo post, prometo que conto mais sobre minha primeira gravidez e aborto espontâneo 🙁 e sobre a técnica de lipocativação 🙂
‘Bora malhar!