Desabafo, Primeira vez, Virei mãe

Sexta-feira: dia de faxina e de TED Talks

Gente, quanta coisa eu aprendi, ontem! Daí eu quis muito dividir aqui, com vocês. Na verdade, eu comecei este post ontem, e dizia: “Gente, quanta coisa eu aprendi, hoje” mas, lógico, não consegui terminá-lo no mesmo dia que o comecei!

Eu sou cheia de manias, sabe? A-do-ro uma listinha – listo tudo! Também sou metódica, daquelas que não conseguem começar a trabalhar se a mesa não estiver arrumada, nem cozinhar com a pia cheia de louças. Faço exercícios sempre com o mesmo playlist (de 2003!!!!!!!!!!! É sério!) e sempre, sempre, começo a ler uma matéria, seja de jornal, revista, o que seja, começando pelo nome de quem escreveu. Se estiver começando a ler uma revista inteira, começo pela Carta ao Leitor. Sei lá, é como se eu estivesse batendo um papo com quem escreveu, me sinto próxima do autor, humaniza a coisa. É, eu sei, eu sou estranha.

Outra mania, esta recente, é ouvir TED Talks enquanto eu faxino. Já ouviu falar?

TED é uma ONG com o objetivo de disseminar ideias, em forma de pequenos, mas poderosos discursos (de 18 minutos, ou menos, de duração). Os primeiros discursos eram parte de uma conferência do pessoal de Tecnologia, Entretenimento e Design e, de tão bons, se popularizam e passaram a ser mais importantes que o evento em si, que expandiu sua lista de participantes com o passar dos anos.  Já passaram pelo palco do TED personalidades, como: Oprah, Bill Clinton, Bill Gates, Bono e Al Gore, para citar alguns.

Quando eu estou a fim de ouvir algo que me dê um up, eu dou um Google em algumas palavras-chave, incluindo TED, e geralmente, pesco coisa boa. Ontem, eu pesquisei “bloggers TED” e acabei chegando neste discurso fantástico do casal Rufus Griscom e Alisa Volkman. Eles são os fundadores do site cheio de controvérsias sobre pais e filhos www.babble.com (que foi vendido para a Disney por 40 milhões de dólares!!!). Pelo que parece, eles começaram o blog com as melhores das boas intenções, para mostrar que paternidade/maternidade não é aquele mar de rosas que muita gente pinta. Mas daí, à medida em que foram crescendo, foram esquecendo seus valores em prol de mais hits e likes, coisa assim. Eu nunca os segui, por isso, sou isenta de opiniões.

Mas o fato é que o discurso deles no TED caiu como uma luva para mim. As palavras deles seriam as minhas se eu estivesse naquele palco (será que um dia estarei? Como diz a Alicia: “Já pensou, mamãe?” Não custa sonhar, né?).

Eles expõem certos tabus que existem quando o assunto é se tornar pai e mãe, como o não amar imediato, a solidão que a mãe sente pós-parto, o caos que se instala em sua vida após a chegada dos filhos (que, não necessariamente é ruim, mas levamos um tempo para nos adaptarmos à nova rotina, e isso choca) e também o fato de que ter filhos não é garantia de ser mais feliz. Esta eu adorei. Entendam, eu sou absurdamente, ridiculamente, histericamente feliz por ter a Alicia na minha vida, mas tê-la na minha vida não me faz feliz o tempo todo. Eu nem poderia fazer isso com ela, colocar todo esse peso nos ombrinhos da minha filha, não seria justo.

O que quero dizer é que minha felicidade TAMBÉM tem que vir de outras fontes. E, às vezes, vamos falar a verdade, você se abdica de fazer coisas que te fariam feliz por ter filhos, e isso pode causar tristeza. E eu acho que quem fala abertamente sobre isso tem muito culhão.

Como relata Alisa em seu discurso, assim que ela teve seu primeiro filho e se pegou triste, solitária, sentindo-se abandonada, depois de ter sido paparicada por nove meses, como se estivesse carregando “o salvador do mundo” no ventre,  como relembra ela, Alisa ligou para a irmã, sua melhor amiga e confidente e perguntou porque ela não a avisou sobre esses sentimentos não tão nobres que uma mãe fresca pode ter nos primeiros dias depois de ter filho, o que a irmã, quase como que se desculpando, respondeu: “É que tem certas coisas que a gente não diz para mãe de primeira viagem, para não assustá-la…”. Ah, tá. E deixar a gente se virando com esses sentimentos horrorosos sozinha, se achando a pior das mães, pode. Tabu, dos grossos.

Mas, deixa eu ficar quieta para vocês assistirem o discurso e tirarem suas próprias conclusões.

Me digam o que acharam!

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