
Gente, que vergonha! Fui conferir o digiPlayspace do TIFF no final de março e só estou conseguindo escrever sobre ele agora, a três dias de acabar!
Eu escrevi sobre o evento aqui e aqui mas fiquei de voltar e falar para vocês se minha impressão havia mudado e se valeria a pena levar crianças de 3 aninhos. Vamos ver se vale?

A edição deste ano me pareceu bem menor do que a do ano passado, mas mais organizada e com muito menos muvuca, o que é ótimo porque o espaço que eles dão para o evento dentro do prédio do TIFF é bem pequeno. Este ano, houve um maior controle da entrada de pessoas, por hora marcada, então dá para todos curtirem bem.
Confesso que quando cheguei e vi o tamanho do espaço e a quantidade de instalações, me decepcionei (eu e minhas expectativas do tamanho do Grand Canyon!), mas meia hora depois vi que ambos foram muito bem pensados para entreter adultos e crianças por umas boas duas horas, ao menos.
O espaço digiPlayspace é o lugar para levar a criançada para brincar com interações eletrônicas feitas para a idade deles. Todas as atividades agrupadas por faixa etárias. Eu achei as deste ano bem mais simples e convidativas do que as de 2017. Bom exemplo é o Sketch Aquarium, a estrela do evento: um aquário é projetado numa parede com desenhos de peixinhos nadando pra lá e pra cá.
Só isso já bastaria pra ser legal, porque é tão lúdico, relaxante de se ver (eu fiquei louca pra ter um desses lá em casa!), mas não para por aí: a criançada é convidada a desenhar um peixe numa folha de papel, que é digitalizado para fazer parte do tal do aquário em projeção. É fantástica a reação da criança quando ela percebe o peixinho dela nadando na instalação.


Outra interação (que a Alicia descobriu) é que o aquário também é jogo: saquinhos dourados caem do topo até o “fundo do mar” numa explosão de formas geométricas, estrelas e corações quando tocados pelas mãozinhas das crianças. De verdade, eu pirei com esta instalação!

Outra que não me decepcionou foi a tela Mizura, feita de material macio que se ilumina e emite sons quando tocada. Super simples o negócio, realmente isso: um pano esticado em forma de painel que se ilumina e toca música quando tocado, mas com um poder sensorial sem igual: a maciez do pano com os raios de luz que emite, e os sons, fazem com que a gente queira fazer mais e mais. E, novamente, a reação da criança ao interagir com a instalação, lembrando que ela não sabe o que esperar. Observa, entende e, se gosta, entra no jogo, livre da obrigação de analisar, de entender. Só curte.

Outros dois destaques: a instalação Sun, onde uma grande bola faz as vezes do sol, que vai modificando as cores do horizonte projetado numa tela à medida que a criança o movimenta, e o Dance with flARmingos: uma turma simpática de flamingos-robôs ficam dançando numa tela projetada na parede e, quando percebem movimentos na frente da tela, começam a imitá-los, dançando igual.

Esta instalação poderia ter sido mais bem elaborada, porque a reação dos flamingos é um pouco demorada. Não os culpo, imagina tentar imitar uma criança de quatro anos sambando na sua frente! Mas, de novo, é a doçura da entrega da criança à interatividade: a Alicia, quando entendeu o que estava acontecendo, deitou no chão, ficava rolando, levantando a perna pra ver se o flaminguinho principal a acompanhava, tadinho!
Uma instalação que me decepcionou foi a Kaleidoscope, que prometia uma experiência com cores e luzes utilizando as mãos. Foi gostosinho ficar passando a mão numa espécie de tampão de mesa almofadado com plástico, onde via-se um líquido colorido numa miriade de cores misturando-se quando passávamos a mão, mas não passou disso…

Outra que eu gostei muito foi a amarelinha, quer dizer, a “amarelona”, porque o negócio é enorme, ocupa todo o chão do salão principal. O melhor? Nenhuma tecnologia envolvida. A amarelinha foi desenhada de maneira a ser pulada em par, com alguém do lado. Brincamos várias vezes.

Ao todo, são 21 instalações no digiPlayspace, para idades entre 3 a 13 anos. Se eu mudei de opinião sobre levar uma criança de 3 anos para o evento? Não, não mudei. Apesar de as instalações estarem bem mais fáceis de serem entendidas por crianças pequenas, ainda acho um pouco precoce para uma criança desta idade que, na minha opinião, ainda não é capaz de entender muito bem o conceito de muitas delas, como o do aquário, por exemplo. Se o evento fosse gratuito, sem problemas, mas pagar C$ 11 ou C$ 13 por pessoa para entrar, acho bobeira. Crianças entre 4 a 6 anos vão adorar, com certeza.
Ao sair do digiPlayspace, dê uma passada na lojinha de suvenires do TIFF e permita-se uma meia hora para olhar os badulaques e livros temáticos de cinema. E, se a fome apertar há, ali mesmo, duas opções para comer bem: o café no térreo, O&B Canteen, e o restaurante do segundo andar, Luma, mais requintado, com umas batatas trufadas, salpicadas com queijo parmesão, maravilhosas. Já viu que o dia tende a virar ocasião!
Vale saber: não é permitida a entrada com bolsas e mochilas volumosas nem carrinho de bebês, mas há espaço para estacioná-lo, gratuitamente (já o guardador de volume é pago, coisa de dois ou três dólares). O banheiro fica no segundo andar e tem trocador de fraldas.
digiPlayspace – TIFF Bell Lightbox
Até domingo, 22 de abril
Das 10h às 18h
350 King Street West, metrô St. Andrew
Ingressos (compre online para garantir lugar): C$ 11 dólares nos dias da semana e C$ 13 aos sábados e domingos